Neste Dia dos Professores, quero parafrasear Paulo Freire, para reafirmar que a educação é um ato de amor, por isso, um ato de coragem. E são justamente esses sentimentos que nos motivam a continuar na luta por uma educação pública, gratuita e de qualidade, mesmo diante de tantos retrocessos e incertezas.

Segundo dados preliminares do Censo Escolar da Educação Básica 2020, até 11 de março deste ano, a rede pública estadual e municipal de ensino somava 36.140.678 matrículas, desde a creche até o ensino médio, incluindo a educação de jovens e adultos. O número é 1,28% menor se comparado ao Censo de 2019. São 470.545 matrículas a menos na rede pública.

Apesar de a educação ter sido anunciada como prioridade pelo Governo Federal, na prática, há em curso um desmonte nos recursos para a área. O orçamento de 2021, em análise no Congresso, prevê redução de 21% nos recursos dos programas de educação profissional e tecnológica e 7% nas rubricas inscritas como educação básica de qualidade. Pelo menos R$ 1,4 bilhão deve ser retirado do MEC ainda esse ano, para redirecionar a obras federais, ameaçando até a compra de livros didáticos e o transporte escolar.

Esse é um cenário que tenta, a todo custo, desconstruir a importância do ensino e dos professores. Mas resistiremos! Pois não há arma mais poderosa do que a educação. Reafirmo o meu compromisso com o ensino, a pesquisa, a ciência e todos os professores e professoras que se dedicam para a construção de um mundo melhor, mais humano e igualitário. Que esta data não represente apenas uma singela parabenização, mas que reafirme a nossa mobilização constante em favor da educação e todo o seu potencial transformador.

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