O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) completa 29 anos. Compreendido como um marco na legislação brasileira, o ECA é o principal instrumento para reconhecer crianças e adolescentes como sujeitos de direitos. Mas, apesar dos avanços possibilitados, ainda existem diversos obstáculos para o efetivo cumprimento do estatuto. Ao mesmo tempo em que o presidente Jair Bolsonaro busca naturalizar a prática do trabalho e da exploração infanto-juvenil, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que hoje, no Brasil, 2,4 milhões de crianças e adolescentes trabalham fora e dentro de casa. Já a UNICEF aponta que 33 milhões de crianças e adolescentes brasileiros vivem na pobreza ou em privação de ao menos um direito. Não há nada de romantismo, pedagogia ou nobreza nessa alarmante realidade que submete nossas meninas e meninos a jornadas arriscadas, insalubres e criminosas, que lhes roubam o direito à infância, à educação e ao lazer. Precisamos defender o ECA e entender que cuidar das nossas crianças e adolescentes significa cuidar do nosso próprio futuro.