A pandemia da covid-19 deixará um legado de pobreza, especialmente para as mulheres. A afirmação da Organização Internacional do Trabalho (OIT) retrata ainda que a renda caiu ou ficou estagnada em diversos países nos seis primeiros meses de 2020. O estudo revela que sem subsídios para atravessar a crise econômica resultante do coronavírus, as mulheres perderam 8,1% dos seus salários no segundo trimestre do ano.

Trabalhadores que desempenham funções que exigem baixa qualificação perderam mais horas de trabalho em relação aqueles que exercem funções que demandam mais qualificação e com salários mais altos. Além de todo o transtorno humanitário, a covid-19 acentuou as desigualdades de gênero e ameaça produzir uma herança de extrema pobreza, além de instabilidade econômica e social.

As mulheres estão entre o grupo populacional mais vulnerável aos efeitos da crise. De acordo com o IBGE, as mulheres negras continuam sendo as mais desprotegidas, representando 34,8% da população abaixo da linha da pobreza. Além do aumento da sobrecarga de trabalho doméstico e da violência doméstica, mais de 7 milhões de mulheres foram demitidas no Brasil na última quinzena de março, início da quarentena.

Enquanto deputada estadual, ressalto a importância de cobrar dos gestores medidas voltadas à assistência da população mais vulnerável, do ponto de vista socioeconômico, assim como fiz no início da pandemia, quando apresentei ao Governo Estadual um plano de medidas emergenciais para contribuir com a proteção das pessoas e minorar os efeitos da crise.

Também aprovamos na ALPB, o Projeto de Indicação 559/2020 que incentiva a contratação de mulheres vítimas de violência doméstica nos contratos de trabalho celebrados pelo Governo da Paraíba. Por meio do fomento a inserção no mercado de trabalho, garantimos autonomia financeira. A nossa luta em defesa de um mundo mais humano, inclusivo e socialmente justo deve ser insistente e permanente.

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