A deputada estadual Cida Ramos (PSB), argumentou na manhã desta quarta-feira (04), que considera a medida adotada pelo Ministério da Educação, um ataque violento na soberania do país. Na última segunda-feira (02), a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), fundação vinculada ao Ministério da Educação (MEC), anunciou o corte de 5.613 bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado que estavam previstas para os quatro meses restantes do ano. A previsão é de que nos próximos quatro anos, R$ 544 milhões deixem de ser investidos em bolsas.
Professora Doutora da UFPB, Cida alegou que a intervenção fere a soberania do país. “Na condição de professora de uma instituição pública superior, é com muita tristeza que avalio esses cortes, pois eles interferem diretamente na permanência de milhares de estudantes advindos de outros municípios e estados, e que se mantem financeiramente através dessas bolsas. Esses cortes ferem violentamente a pesquisa, o ensino e a autonomia das universidades. Nós, enquanto sociedade, precisamos nos mobilizar urgentemente”, destacou.
A parlamentar ainda afirmou que cortar metade do orçamento é inviabilizar o trabalho da pós-graduação. “Essa triste realidade vem em um contexto de sucateamento das Instituições de Ensino Superior (IES), do desenvolvimento de tecnologia e pensamentos críticos. É um cenário de colapso que não podemos aceitar. Com a medida, deixarão de ser investidos em pesquisa, neste ano, R$37,8 milhões. O que de fato eles estão propondo é morte da pesquisa no Brasil por inanição. O exercício da pesquisa envolve tempo e dedicação, e sem esse apoio fundamental, quem cuidará disso?”, questionou Cida.
Histórico de cortes
O congelamento, que passa a vigorar a partir deste mês soma-se a outras 6.198 bolsas que haviam sido bloqueadas no primeiro semestre de 2019. Em maio a Capes já havia cancelado a oferta de bolsas, sem aviso prévio as instituições de ensino e pesquisa. Na ocasião, foram bloqueadas 3.474 bolsas que estavam prestes a serem atribuídas a pesquisadores. Em junho, o governo fez um novo corte, dessa vez de 2.724 benefícios. O CNPQ (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), órgão de fomento à pesquisa ligado ao Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, já anunciou que não tem dinheiro para pagar 84 mil bolsistas a partir desse mês.
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