A Assembleia Legislativa da Paraíba recebeu o Requerimento nº 2439/2019, de autoria da deputada estadual Cida Ramos (PSB), que impetra uma Moção de Protesto ao presidente Jair Bolsonaro, e a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, pela liberação de 169 produtos agrotóxicos até maio deste ano. O número é maior do que toda a quantidade registrada em 2015.
A parlamentar assegurou que a medida do Governo Federal é um grande retrocesso em termos de qualidade de vida. “A liberação de todo esse veneno significa um prejuízo social, econômico, ambiental, político e de valores. Antes de tudo, está em curso uma vulnerabilização maior da saúde humana, em função desse aumento estratosférico na autorização desses produtos. Os agrotóxicos no Brasil já representam um grave problema de saúde pública e a inserção no mercado de mais produtos agravará os perigos aos quais a população está submetida. O que fica evidente é que a liberação retribui de imediato todo o apoio do agronegócio dado a Bolsonaro durante as eleições, afinal, os únicos beneficiados pelas liberações são as empresas detentoras dos registros”, elucidou.
Cida Ramos ainda destacou que a atitude fragiliza a vida e a saúde humana. “Os agrotóxicos no Brasil já representam um grave problema de saúde pública e a inserção no mercado, de mais produtos, agravará os perigos aos quais a população está submetida. Os brasileiros estão consumindo alimentos com resíduos de agrotóxicos acima do limite permitido e ingerindo substâncias tóxicas não autorizadas. O Estado brasileiro tem sido forte para liberalizar o uso de agrotóxicos, mas fraco para monitorar e controlar seus danos à saúde e ao ambiente. Enquanto isso, todos nós estamos pagando para ser contaminados”, ressaltou a parlamentar.
No Brasil, a cada ano, cerca de 500 mil pessoas são contaminadas, segundo o Sistema Único de Saúde (SUS) e estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS). O país continua sendo o maior consumidor de agrotóxicos do planeta. De acordo com o Greenpeace, do total de pesticidas liberados, 48% são classificados como alto ou extremamente tóxicos e, entre esses, 25% tem sua utilização proibida pela União Europeia, por conta da grave ameaça à saúde da população e do meio ambiente.
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